terça-feira, 3 de maio de 2011

EU TE AMO (faz diferença?)

Neste ano, no dia do beijo, eu ganhei um pé na bunda, nem um beijo de tchau.

Durante minha adolescência eu tive o dom de me apaixonar sempre que uma mulher sorria pra mim. Culpa da minha auto estima baixíssima desde criança. Culpo também o bullying que sofri quando criança. Naquela época não era tão glamuroso assim, era apenas 'vamos zuar aquele otário, ele não reage'.

Nunca vou esquecer do meu primeiro beijo na boca, da sensação, da euforia, da empolgação...Nunca vou esquecer quando eu a vi beijando outro cara na minha frente dias depois e do aperto no peito que senti. Parecia que meu mundo tinha acabado, ali, aos 14 anos.

Tudo isso pra contar que ao longo do tempo eu tive alguns outros relacionamentos, muitos acertos, inúmeros erros. Dei pé na bunda, levei pé na bunda, traí, fui traído, mentiram pra mim, menti de volta e achei que estava 'ficando mais forte'.

Essa suposta 'força' me fez criar uma certa casca para algumas coisas. Demonstrar meus sentimentos seria uma delas. Meu último recém fracassado relacionamento durou um ano. Foi a melhor namorada que eu tive até hoje. Estou com 30 anos, meus valores são outros de quando eu tinha 20, pude aproveitar muito melhor coisas da qual eu não sentia falta na adolescência.

Estou gordo, uso óculos e continuo com a auto estima abalada. Ao lado dela eu me sentia o Brad Pitt. Ela me fazia me sentir melhor, feliz comigo, com a vida, com ela. Do meu lado, aquele puta receio de dizer um 'te amo' no sábado de amanhã com o medo de receber aquele beijo na boca sem resposta que dói mais do que um 'poxa, obrigado'.

Assim foi por um ano. Eu achava que atitudes diziam mais do que palavras, até receber um 'precisamos conversar'.

Mais uma vez meu mundo caiu. Me pego pensando se as coisas seriam diferentes caso eu tivesse dito isso antes. Fui ter a coragem de dizer 'eu te amo' quando sabia que seria uma das últimas palavras que eu falaria pra ela. Nunca terei a capacidade de voltar no tempo e dizer eu te amo no dia em que eu quis dizer, nunca vou poder saber se isso alteraria ou não o curso do relacionamento. Nunca vou poder beijá-la de novo.

Faz tanta diferença assim ouvir estas três tão desgastadas palavras? Acho fácil o cara dizer 'eu te amo' e mandar SMS pra prima gostosa da mulher de madrugada falando 'quero te comer todinha'.

Sentir isso genuinamente é muito mais difícil de falar. Difícil agora é aceitar que a perdi. Difícil agora é lidar com as suposições. Difícil saber como eu vou me comportar daqui pra frente. Difícil.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Redes "sociais"

Sim, eu digo "sociais" porque eu pessoalmente vejo alguns problemas nessas redes:

1 - Um bando de zé mané tentando se perfazer com frases de efeito e fotinhos bonitinhas.

2- As celebridades ou pessoas famosas acham que podem ser escrotas porque, em tese, estão 'longe' de nós 'pessoas normais'.

3 - Para ser popular, vale falar qualquer tipo de asneira como aquela menina que foi foco de reportagem do CQC em relação aos Nordestinos + Dilma...

Vou relatar brevemente um caso que me aconteceu e que me deixou muito feliz, emocionado e pensando na vida, em como as coisas acontecem e/ou deveriam acontecer.

Não sei se todos sabem (e eu não escondo), eu sou filho de um pai Argentino e Judeu. Meu pai faleceu quando eu tinha 07 anos e todo o contato que tínhamos com a família portenha simplesmente deixou de existir.

Eis que 23 anos depois eu recebo uma mensagem de um Argentino traduzida pelo 'google translator' onde ele sabia o nome completo de meu pai, do meu irmão, e perguntava se eu era eu mesmo e como eu estava. Dizia ser meu primo. Totalmente sem reação eu tento responder da mesma forma (até porque eu não falo picas de castellano) via Google translator que eu sou eu mesmo, que estamos bem por aqui.

As mensagens foram sendo trocadas e eu percebi que se tratava de fato de minha família da Argentina, de repente este cara começou a colocar no meu Facebook fotos nossas quando criança, meu irmão e eu bebê, meu pai, minha mãe...enfim.

Era só eu abrir o Facebook e ver as fotos que meus olhos enchiam d'água. Só de pensar no assunto eu fico muito emocionado porque apesar de meu pai ter morrido quando eu era muito novo, eu sinto muita falta de ter crescido sem a figura paterna e de infelizmente lembrar dele somente por fotos. Nem da voz dele eu lembro mais. Um dia eu escrevo sobre como papai se foi.

O plano agora é ir pra lá o mais rápido possível para conhecer minha tia, até porque vovó já tem 93 anos e possivelmente não perdurará por muito tempo.

Bom, eu escrevi tudo isso pra dizer que na minha visão este é o propósito das redes sociais. Encontrar alguém de maneira produtiva, de modo que algo seja agregado na vida de ambos.

Pouco me importa sua foto do avatar, se você tá solteiro, gordo, feio ou rico. Eu procuro ter na porra do Facebook só gente que eu vi ao menos uma vez na vida, ou já tive certo contato. Se você gostou da minha foto, me adicionou e eu não te conheço, desculpa, mas não vou aceitar mesmo.

À todas as falsas celebridades, pessoas fúteis e de baixa auto-estima que precisam recorrer à estas redes em busca de aceitação por seus semelhantes, fica meu abraço.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Não quero mais brincar!

Este deveria ter sido o texto do tumblr do Felipe Andreoli.

Em um texto muito bem escrito ele faz críticas a pessoas comuns como nós que se comportam como idiotas quando abordam famosos por aí.

Eu concordo com ele quando pede que, caso alguém queira abordá-lo na rua por qualquer motivo, que faça isso com educação. Isso na verdade é premissa básica para todo ser humano porque você não vai perguntar as horas para um estranho pegando na bunda ou no peitinho.

O que me incomoda nisso tudo é que vemos por aí todos os tipos de programa de televisão, concursos, até o twitter virou plataforma de lançamento de pseudo-celebridade.

Pouco tempo depois a pessoa já se auto entitula 'famosa' e reclama das abordagens alheias. Cacete, quer ficar rico trabalha como nós mortais, vira um executivo e pronto. Também não precisa ser executivo estrelinha tipo Eike, mas eu como trabalho neste meio de relações corporativas vejo que tem muita gente aí que caga dinheiro e nem sabemos quem são.


Quando criança todo mundo sonha em ser famoso. Uns viram jogador de futebol, outros viram 'humoristas', e outros sem dom nenhum, tampouco senso de humor, vão pro BBB.

No fim das contas todo mundo quer é dinheiro fácil, sem ter que ralar no horário comercial em uma rotina diária.

Eu gostaria muito de trabalhar no CQC ou algo que o valha, acho que o propósito do programa é inteligente, utilizam o humor para mostrar verdades que insistimos em não ver. Por trás de algumas piadas sem-graça existe uma inteligência que deve ser admirada.

Isso não é uma crítica pessoal ao cara até porque eu não o conheço pessoalmente. Isso é uma crítica a qualquer um que pensa em se 'projetar' pro mundo, mas não aceita que esse tipo de ação gera uma reação nem sempre bem vista.

Pra fechar conto um caso interessante: outro dia fui almoçar num restaurante do Olivier Anquier. O nego é rico, famoso, bonitão, celebridade do mundo culinário. Teria tudo pra ser um escroto. Francês, já foi casado com global e tem um programa só pra ele na TV à cabo.

No meio do almoço ele chegou no restaurante, foi de mesa em mesa cumprimentando todos, perguntando se a comida estava boa e em alguns casos até serviu mais batatas fritas para um cliente.

Ele pessoalmente abria a porta para quem ia chegando, agradecendo a visita e se despedia de quem ia desejando um bom final de semana e um simpático 'volte sempre'.

Ele poderia ser um nojento, entrar de óculos escuros, não falar com ninguém e depois ficar de mimimi num blog, mas duvido que isso faria com que o restaurante dele estivesse cheio antes das 13hs de um sábado e pusesse Gianni Albertoni na fila de espera sentadinha na calçada como qualquer mortal.

Por fim, se você aí quer ser famoso, basta parar e refletir um pouco sobre qual seria a sua postura depois do sucesso.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Criei, e agora!?

O intuito de criar este blog não é me perfazer ou querer me promover como alguma nova 'celebridade' da internet, até porque não tenho calibre pra isso. Isso aqui foi feito para que eu pare de falar sozinho e tenha algum lugar para escrever tudo o que eu penso, seja isso produtivo, ou não. É uma maneira barata (embora eu sei que não seja a correta) de fazer uma terapia. Para isso eu estou planejando entrar em um tratamento sério em breve.

Não se trata de um blog temático então você pode encontrar desde receitas interessantes de comida, bebidas, indicação de algum lugar legal pra comer ou até mesmo um post no maior estilo 'querido diário' daqueles que você vê por aí.

Estou aberto a comentários e críticas, desde que sejam com o intuito de agregar algo pra mim ou gerar uma discussão saudável. Comentários do tipo "você é feio e gordo" eu deixo para você fazer em algum aniversário de criança em um buffet infantil.

Não sou o dono da razão e nem tenho essa intenção, quero só ter um lugar onde eu possa ser doido do meu jeito.

Acho que pra um primeiro post tá ótimo!